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Surgiu um barulho na minha maquia!

Em 99% dos casos, o problema relatado é exatamente o que está descrito neste texto.

No entanto, se você acredita que se trata de uma falha diferente — especialmente se for um(a) artista experiente —, a máquina poderá ser enviada para análise técnica. Já adiantamos que, caso seja constatado que a causa está entre as já mencionadas neste comunicado, todos os custos de frete e da avaliação técnica (incluindo o tempo investido para confirmar algo que, na grande maioria dos casos, já sabemos de antemão) serão de sua responsabilidade.

Por outro lado, se for identificado algum defeito real no equipamento, e ele estiver dentro do período de garantia, você não terá nenhum ônus.

Ressaltamos isso de forma transparente, pois ao longo dos anos temos recebido diversas reclamações similares, e em quase sua totalidade, a origem do problema está relacionada aos fatores detalhados abaixo:

O ruído apresentado pode ser resultado de partes do cartucho que se deslocaram internamente ou de um desalinhamento da haste provocado por impactos ou uso forçado. Cartuchos que geram atrito excessivo no orifício de curso acabam forçando a haste, o que pode causar empenamento. Porém, esse ruído geralmente é eliminado ou significativamente reduzido ao se utilizar cartuchos adequados e de boa qualidade.

Infelizmente, muitos cartuchos comercializados atualmente priorizam o custo em detrimento da qualidade. Para evitar rupturas, são fabricados com plásticos e membranas extremamente rígidos, que não oferecem a maleabilidade necessária e, por isso, acabam danificando máquinas de alta precisão. Isso não significa que a máquina seja frágil ou de baixa qualidade — pelo contrário, trata-se de um equipamento sensível e de engenharia precisa, o que a torna mais suscetível a problemas quando mal utilizada.

Além disso, é fundamental considerar que, quando a máquina é utilizada em treinamentos com pele artificial, esse tipo de ruído ou vibração tende a surgir logo nas primeiras sessões ou após pouco tempo de uso. Isso ocorre porque a pele artificial não se comporta como a pele humana — sua única semelhança está na cor. A textura, resistência e absorção são completamente diferentes, o que causa impactos repetitivos na haste e sobrecarga no motor. Apesar de passar a sensação de estar tatuando uma pele real, esse tipo de material induz a erro e, frequentemente, compromete o funcionamento do equipamento. Inclusive, alertamos sobre isso em nossos anúncios.

É importante reforçar que essa situação não tem relação com a durabilidade da máquina, mas sim com seu nível de precisão. Esse tipo de problema se manifesta mais facilmente em equipamentos de alta performance justamente por sua construção refinada, projetada para oferecer resultados superiores — desde que utilizados corretamente.

Outro ponto que frequentemente é ignorado por iniciantes é o sistema de motorização. Essa máquina opera com motor Brushless e sistema Direct Drive fracionado, ambos desenvolvidos para garantir maior suavidade, eficiência e durabilidade. No entanto, esses mesmos sistemas exigem cuidados redobrados quanto ao uso de cartuchos compatíveis, ajuste correto de curso, profundidade de agulha e velocidade adequada. O uso de cartuchos de baixa qualidade, velocidade excessiva, saída de agulha exagerada ou o uso em superfícies rígidas, como peles artificiais densas, agravam os problemas de barulho e vibração.

Por fim, vale destacar que essas informações nem sempre são de conhecimento comum, especialmente entre tatuadores iniciantes. Por isso, é essencial que o aprendizado seja orientado não apenas por artistas experientes, mas também por profissionais que compreendam profundamente as especificações técnicas e limitações de cada equipamento. Um equipamento de precisão exige respeito aos seus limites — e isso só pode ser transmitido por quem realmente domina tanto a arte quanto a tecnologia.